“A nossa sociedade não é a antiga sociedade,
mas uma nova sociedade expandida pelas influencias eurocristãs e islâmicas. Uma
nova ideologia é, portanto necessária, uma ideologia que possa afirmar-se em
uma definição filosófica mas , que seja, a um só tempo, uma ideologia que não
abandonaria os princípios humanos e originais
da África [...] uma ideologia cujo objetivo seria agregar à experiência africana
a presença islâmica e eurocristã, bem como a experiência da sociedade africana
tradicional.”(N.NKRUMAH, 1964,PP.93-97)
Partindo com base no que diz
Kwame Nkrumah sobre o africano ser um sujeito “profunda e incuravelmente religioso”
e que para ele a religião é um modo de vida que vem carregada de fundamentos, cultura,
identidade e valores morais. Ele vê a religião como um recurso a se explorar e
um problema a conter.
A religião tradicional africana
firmou-se em especial em um jeito de explorar as forças da natureza e, em
desejo de entender as suas múltiplas funções identificou várias divindades e
instaurou numerosos cultos. Era uma religião aberta e não fazia proselitismo. Absorvia
inovações religiosas, esse novo saber era interpretado e interiorizado dentro
da cosmologia tradicional.
O cristianismo e o islã desenvolveram-se
aos poucos na África em uma relação mutuamente pequena com a religião tradicional.
Porem tanto o cristianismo como o islã praticam o proselitismo, afirmando serem
as únicas portadoras da Verdade, sem esquecer o fato de que são violentamente
concorrenciais e não toleram coexistir com outras religiões, no caso em
particular, uma em relação a outra.
Com o colonialismo e a perda de
autonomia dos povos africanos a religião tradicional foi relacionada, no espírito
de grande numero de africanos, a uma África do fracasso e subjugada. Muitos aderiram
ao cristianismo que os viram como símbolos da evolução, do progresso, sem
necessariamente abandonar a antiga cosmologia ou as suas profundas crenças
religiosas.
As missões cristãs que
patrocinaram (em grande parte) a educação ocidental para os povos africanos
onde eles viam uma oportunidade de satisfazer sua sede de conhecimentos e tecnologia
europeia, este foi também o meio que separou os povos africanos da sua cultura
tradicional.
Gráfico mostrando a repartição nacional do fiéis:
Gráfico com os últimos dados estatísticos sobre a religião na África do Sul:
Referências:
KI-ZERBO, Joseph; MUKHTAR, Muhammad Jamal al-Din; FASI, Muhammad; NIANE, Djibril Tamsir; OGOT, Bethwell A.; AJAYI, J. F. Ade; BOAHEN, A. Adu; MAZRUI, Ali Al' Amin; Unesco (Coord.). História geral da África. Brasília: Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, 2010. 8 v. : ISBN 9788576521235 (v.8)
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